quinta-feira, 28 de março de 2013

Palestra Domínio Público - Visões Urbanas

Urucungo no Visões

Apresentação de Urucungo no Festival Visões Urbanas/foto: Jorge Schutze  
O grupo formado por Denis Angola, Ana Carla, e Jal, do projeto URUCUNGO nas CENAS URBANAS, participou neste último final de semana (24.03) do VIII VISÕES URBANAS - Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas, de São Paulo (SP). O Festival procura agrupar a recente produção de dança para o espaço público, no mundo todo, apresentando em uma semana seus principais ícones, além de workshops e palestras envolvendo o tema,

Urucungo nas Cenas Urbanas, é um projeto coordenado por Denis Angola, e tem como premissa apoiar-se na capoeira e seus conceitos para a criação de espaços onde a dança e o ritual possibilitem ao corpo a expressividade e a manifestação pública. A palavra Urucungo, é um dos nomes ancestrais do Berimbau, que apesar de ter sofrido transformações fundamentais aqui no Brasil, veio da África com a leva de escravos para cá trazidos a partir da colonização.  

A capoeira já trata a dança de uma maneira diferenciada, desde a sua concepção: a forma democrática de participação, o modo circular do ritual, o relacionamento com o público, além da simples assistência, possibilitando a qualquer um a participação, a improvisação, etc., assim Urucungo procura trazer para a dança contemporânea, noções e conceitos fundamentais à arte de expressar o corpo, trazendo novos impasse à questão: como pode uma dança ser aberta publicamente, dispor-se ao "acaso", enquanto se firma como obra? Como lidar com a improvisação e ainda permanecer fiel a uma lógica, um conceito? entre outras questões, envolvendo inclusive a brasilidade e a dança contemporânea com lastro europeu, etc. 

A obra é sempre aberta a participação do público, mas num dado momento utilizando-se de um recurso da capoeira, os bailarinos fazem a CHAMADA, ou seja, convidam pessoalmente o público para a dança, e que como na capoeira podem ou não ser correspondidos.

A obra foi muito bem recebida no festival, e o público, emocionado, pôde comungar conosco.

à partir da esquerda: Jal,, Denis e Ana Carla
FOTO - Jorge Schutze


Viagem Fantástica do Corpo Humano, o incrível processo do Nascimento




quarta-feira, 27 de março de 2013

IMPROVISAÇÃO COMO MÉTODO NA COMPOSIÇÃO COREOGRÁFICA

Projeto Urucungo nas Cenas Urbanas -
Festival Visões Urbanas SP -  Foto Jschutze
Por definição, entende-se improvisação como a falta de planejamento na execução de uma ação. Na dança o termo aparece associado à processos onde a criatividade e a execução do movimento ocorrem simultaneamente. Para alguns pesquisadores a improvisação surge como forma de exploração e investigação do movimento, na busca por formas corporais mais expressivas ou na busca por uma maior organicidade na composição coreográfica, para outros a improvisação é o elemento principal da obra de arte.
Acredita-se que a improvisação vem sendo utilizada desde os primórdios da dança, mas foi no início do século XX, que pesquisadores como Françoise Delsarte, Èmile Jacques Dalcrose e mais tarde Rudolph Von Laban, investindo-se de pesquisas a respeito da expressividade corporal passaram a utilizá-la mais sistematicamente em suas pesquisas.
Nos anos 40, a coreógrafa Anna Halprin, insurgindo-se contra o excesso de determinismo e formalidade da dança moderna (leia-se Doris Humphrey e Martha Graham, por exemplo), passa a adotar em seus procedimentos, o que mais tarde veio denominar-se Improvisação Estruturada: onde os bailarinos tinham total liberdade expressiva dentro de premissas ou parâmetros fornecidos pela coreógrafa. Ainda nos anos 40 o coreógrafo Mêrce Cunningham tornou-se conhecido pela utilização dos conceitos Zen-Budistas, em suas criações. Fortemente influenciado pelo músico John Cage, seu parceiro artístico, nas suas obras o acaso, sob a forma de sorteios ou escolhas aleatórias conduziam as apresentações. Às vezes os elementos da apresentação: música, cenário, figurinos, coreografia, luz eram criados e ensaiados separadamente e somente nas apresentações se uniam pela primeira vez.
Foi, entretanto, nos anos 60 em Nova York que a improvisação ganhou notoriedade na dança. Afinados com conceitos culturais emergentes, a espontaneidade, a equidade e a liberdade expressiva passam a tomar parte nas investigações propostas pelo também emergente grupo de bailarinos que se reunia na Judson Church no East Village, formando o grupo JUDSON DANCE THEATER. O grupo iria reformular completamente os paradigmas da dança moderna, ousando colocar em cena, não somente concertos de dança totalmente improvisados, como também trazendo à cena corpos não treinados para a dança.
O conceito de espontaneidade tanto estética quanto ideológica é fundamental para compreender-se a improvisação como elemento incorporado pelos assim chamados Pós-modernos (conforme as historiadoras de dança americana Sally Banes e Cynthia Novak) do grupo JUDSON DANCE THEATER.
Como um desdobramento das ideologias e práticas desse grupo surgem as pesquisas do ex atleta Steve Paxton para a construção do Contato Improvisação, até hoje desenvolvida e praticada por dançarinos de todo o mundo. Fugindo da dramaticidade e psicologismos, e apegados a uma maior equidade, e liberdade expressiva, e às leis da física do movimento, a partir de Paxton, pesquisadores veem desenvolvendo técnicas onde do simples contato físico entre os corpos, a coreografia e a composição são gerados
Seja como exploração do movimento espontâneo do bailarino para uma posterior sistematização da coreografia, seja como exploração da individualidade do intérprete dentro de parâmetros ou tarefas pré-fixadas (improvisação estruturada), ou na composição instantânea, como no grupo Judson Dance Theater, onde a apresentação ou performance acontece de maneira totalmente improvisada, a improvisação tem auxiliado pesquisadores na reformulação de conceitos e práticas para a dança.
Na improvisação o corpo é estimulado a uma maior atenção, não só ao ambiente ou aos outros corpos que dançam, mas também a si mesmo e às próprias reações, possibilitando o surgimento de até então desconhecidos ou inusitados modos de reação e movimentos, tendo com isso a possibilidade e as vezes a necessidade de recriar-se em sua corporeidade.
Quando pensamos no corpo que dança como um corpo que incorpora informações percebidas em tempo real, no meio em que transita, pensamos em instabilidade. O que o corpo faz é buscar meios para estabelecer identidades e estabilidade na sua permanência junto ao meio. Dessa relação surgem diálogos, onde a regra é a continua reorganização de ambos. 

COMPOSIÇÃO COREOGRÁFICA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZADO



A organização do movimento corporal, individual ou em grupo, com finalidade estética, é o que caracteriza a composição coreográfica, e requer dos praticantes, entre outras,  noções de espaço, noções de tempo e uma execução especializada e estética do movimento corporal.
Segundo o pensador francês Edgar Morin, é através do aprendizado que o ser humano desenvolve as potencialidades da vida. Embora seja inegável a quantidade de competências que o estudo e prática das formas corporais no espaço-tempo (emprestando o termo usado pela artista pedagoga Fayga Ostrower) podem desenvolver, os estudos em neurociências e ciências da cognição ainda não podem responder com precisão que articulações cerebrais são exigidas ou desenvolvidas no esforço por tais aprendizados, nem confirmar exatamente se as competências adquiridas nessas áreas de conhecimento são transferíveis para outras áreas da atuação humana. Temos a forte intuição que sim.
Photo JSCHUZE - Denis e  Ana Carla - Festival Visões Urbanas SP
Para o neurocientista português António Damásio a consciência se desenvolve pelo, no, e para o movimento corporal. Para o biólogo chileno Humberto Maturana o corpo é a nossa possibilidade e condição de ser, e para a psicopedagoga Alícia Fernandez, no movimento o corpo sintetiza movimentos eficazes para apropriação do “em torno” por parte do sujeito. Ou seja, o conhecimento do espaço-tempo, que implica um conhecimento de si mesmo, bem como a apropriação do estar/ser no mundo é realizado pelo sujeito numa atividade corporal, que não é simplesmente mecânica ou funcional, nas suas bases um processo emocional/subjetivo de desenrola. Lembrando mais uma vez Maturana é a emoção que nos envolve e nos movimenta para o aprender, o que está envolvido no aprender para o biólogo é a transformação de nossa corporeidade.
O filosófo francês Merleau-Ponty define, ainda nos idos dos anos 60, a relação entre o corpo e o espaço: ter um corpo, para um ser vivo, é juntar-se a um meio definido, confundir-se com seus projetos e empenhar-se continuamente neles. O filósofo afirma ainda que o mundo não é algo exterior ao corpo, mas está integrado à existência pragmática, é sempre aquilo para o que o corpo se polariza, não se trata, portanto, de uma apropriação que o corpo faz do conhecimento, mas de um deslocamento da corporeidade em direção ao que ainda não sabe, porém intui como possibilidade.
Ao organizar o corpo em relação ao espaço-tempo, portanto, o corpo desenvolve habilidades não só relacionadas com um melhor desempenho corporal. Na sua complexidade a composição coreográfica envolve a consciência de si, do espaço (com todas as suas minúcias sensoriais), do tempo (e suas interpretações e agenciamentos), da cultura (com todos os seus mecanismos de felicidade e controle: vide Michel Foucault), da capacidade de abstração, e lógica..  Enfim, todos os quesitos da existência corporal são avaliados, questionados e pressionados por uma investigação legítima em composição coreográfica, já que, como qualquer um de nós pode auferir, os aprendizados são, em sua base, corporais, e é a partir dele, sempre do corpo, que toda uma sempre crescente gama de aprendizagens se tornam possíveis.
É nesse sentido que a corporeidade não pode ser tratada como fonte complementar de critérios educacionais, mas seu foco irradiante primeiro e principal, como afirmam os novos pesquisadores em motricidade. Embora seja forçoso reconhecer que em “nossa educação”, principalmente nas Escolas Públicas, esses conceitos passem a milhas de distância.


A DANÇA E O SECULO XX

Domínio Público em Portugal - apreciação

http://seuvicenteresidencias.wordpress.com/2013/03/26/documentacao-da-conversa-com-dominio-publico-no-seu-vicente-residencias-artisticas/

quinta-feira, 21 de março de 2013

terça-feira, 19 de março de 2013

Arte Urbana em Maceió: Jorge Schutze e Companhia Limitada

Arte Urbana em Maceió: Jorge Schutze e Companhia Limitada: por Renata Menezes O professor de dança Jorge Schutze começou a realizar intervenções urbanas pela necessidade de entender as formas ...

revista URBANIDartes

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